Era 1956. Numa roda de violão, na Gávea, Menescal encontrou um grupo de rapazes cantando "coisas diferentes". Um deles tentava cantar músicas de Dick Farney, o que já era atestado de bom gosto. Era um repórter do jornal "Última Hora" chamado Ronaldo Bôscoli. E cantava muito mal. Conversa vai, conversa vem, viram que tinham muita coisa em comum: Detestavam a tristeza das músicas que à época pareciam "dor de cotovelo". A exemplo de Dick Farney, adoravam Frank Sinatra. O forte do Menescal sempre foi a música. O do Bôscoli, a letra.
Marcaram um encontro que não houve, mas no segundo, na casa de Nara, os dois disseram "presente". Já era 1957 e a "Academia do Violão" estava fechada,"por motivo de força maior".
Ronaldo Bôscoli levou Chico Feitosa, (com quem dividia um apartamento) às famosas reuniões em casa de Nara. Chico já era parceiro de Bôscoli na canção "Fim de noite" e o nosso Ronaldo acabou instalado na casa de Nara, graças à extrema bondade dos pais da futura "musa da bossa nova". Ele tinha 28 anos e ela apenas 20. Nara e os pais se encantaram com o hóspede. Charmoso, inteligente e, como ela, muito tímido, o que aumentava a atração. Já saíam juntos, sem receios dos pais. Sabiam que em sua companhia ela não corria riscos.
A essa altura Carlinhos Lyra e Menescal reuniram suas economias e reabriram a Academia. Novo sucesso: 200 alunas! E quando o Menescal apresentou Carlos Lyra ao Ronaldo Bôscoli, aí sim, a Bossa Nova começou a ficar mais rica, em quantidade e qualidade de poetas, cantores e compositores. E começou o sucesso: "Se é tarde me perdoa", "Lobo Bobo". E a Academia prosperava, já com um terceiro professor: Normando Santos. E a turma da casa de Nara aumentou mais ainda, com a chegada dos irmãos Castro Neves, Mário e Oscar, dois "ases" em música instrumental.
Maysa - Fim de Noite
Fim De Noite
Nossa estrela foi embora
Seu olhar me diz agora
Que eu vá embora também.
Num fim de noite
Nossas mãos se separaram
Nossos rumos se trocaram
Nunca mais eu vi você.
E cada dia,
Toda noite eu sofri
Numa estrela da manhã
Eu me perdi.
Leila Pinheiro - Se é tarde me perdoa
Se É Tarde Me Perdoa
que a vida é tão boa,
pela madruagada,
Nenhum comentário:
Postar um comentário