quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Águas de Março ( Tom Jobim e Elis Regina)


Águas de Março - Tom Jobim e Elis Regina no Fantástico

Águas de Março - A bossa nova já era coisa do passado quando saiu o 'Disco de Bolso - O Tom de Antonio Carlos Jobim e o Tal de Joao Bosco', encartado numa edição do semanário 'Pasquim' de 1972. Continha de um lado 'Águas de Março', cantada pelo próprio Tom, do outro 'Agnus Sei', do estreante João Bosco. Mas a versão definitiva de 'Águas de Março' é o dueto que consta do antológico 'Elis e Tom', de 1974, recentemente remasterizado. Música e álbum são constantemente citados entre os melhores de toda a música, e, eventualmente, os melhores.






Águas De Março

(Tom Jobim)
É o pau, é a pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o matita-pereira

É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mao, pedra de atiradeira

É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho

É um estepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É um pingo pingando, é uma conta, é um ponto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manha, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama

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