sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Biografia sucinta de Tom Jobim
A soma do grande talento com a formação musical erudita fizeram de Antônio Carlos Jobim mais que um compositor brasileiro reconhecido internacionalmente. Pianista, maestro e arranjador, compôs canções ao mesmo tempo sofisticadas e acessíveis ao gosto popular. Ao lado de João Gilberto e Vinícius de Morais, foi um dos criadores da bossa nova.
Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, também conhecido como Tom Jobim, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 25 de janeiro de 1927. Desde a infância viveu em Ipanema e já tocava violão quando, aos 13 anos, interessou-se pelo piano. Foi aluno de Lúcia Branco, uma das melhores professoras de música da cidade em sua época, e, a partir de 1941, do alemão Hans-Joachim Koellreutter, mestre de muitos compositores eruditos brasileiros.
Em 1946 iniciou o curso de arquitetura, mas abandonou a carreira para dedicar-se à música. Tocou em casas noturnas e no estúdio da gravadora Continental, onde também foi arranjador e conviveu de perto com o maestro e compositor Radamés Gnatalli.
Seu primeiro sucesso como compositor foi uma parceria com Billy Blanco, Teresa da praia, gravada em 1954 por Lúcio Alves e Dick Farney. Dois anos depois, Vinícius de Morais pediu a Tom para musicar sua peça Orfeu da Conceição, logo depois adaptada para o cinema pelo francês Marcel Camus. Nasceram assim clássicos da música popular brasileira, como Se todos fossem iguais a você e A felicidade, esta última composta para o filme.
Tom Jobim foi diretor artístico da gravadora Odeon até 1958, ano em que Elisete Cardoso gravou várias de suas canções com Vinícius no disco Canção do amor demais, marco na história da música no Brasil.
Em 1959, com o lançamento do disco Chega de saudade, de João Gilberto, Tom ficou conhecido como um dos principais compositores da bossa nova. As faixas de maior sucesso do disco foram, além da canção-título, Desafinado (1958) e Samba de uma nota só (1960), compostas com Newton Mendonça e que se tornaram a base da sólida carreira internacional do "maestro da bossa nova", introdutor de arranjos que renovaram as estruturas tradicionais da música popular brasileira.
Em novembro de 1962, Tom apresentou-se no Festival de Bossa Nova, no Carnegie Hall, em Nova York, com outros músicos brasileiros. No ano seguinte gravou um disco com o saxofonista Stan Getz e, em 1967, com Frank Sinatra. Em 1968, Sabiá, de Tom e Chico Buarque, venceu o Festival Internacional da Canção. Nas décadas seguintes, Tom teve canções interpretadas por grandes nomes como Ella Fitzgerald e Elis Regina, musicou filmes e produções para televisão.
Tom teve muitos parceiros musicais, entre os quais Dolores Duran (Por causa de você) e Aluísio de Oliveira (Dindi), mas a parceria com Vinícius foi das mais prolíficas e gerou sucessos como Chega de saudade (1958), Eu sei que vou te amar (1958) e Ela é carioca (1963), além de Garota de Ipanema, que chegou a figurar entre as dez canções mais executadas em todo o mundo.
Também compôs sozinho alguns clássicos e na maioria deles revela seu amor ao Rio de Janeiro, como em Corcovado (1960), Samba do avião (1963) e Lígia (1973). Letrista e compositor refinado, autor de inúmeras canções inspiradas na natureza, como Wave (1969), Águas de março (1972) e Passarim, a partir de Urubu, de 1976, Tom Jobim passou a fazer arranjos mais complexos, repletos de efeitos orquestrais. Da década de 1980 em diante, os temas de suas composições voltaram-se cada vez mais para a riqueza da natureza brasileira. Antônio Carlos Jobim morreu em 8 de dezembro de 1994, em Nova York.
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